Daily Archives: 16 de Junho de 2011

Feira do Montado de Portel elogiada

Gostaria de começar este pequeno artigo por felicitar a Câmara Municipal de Portel, na pessoa do seu Presidente – Dr. Norberto Patinho – pela feliz ideia que há oito anos tiveram, de projectar e concretizar um certame temático –  a  Feira do Montado.

As feiras são por natureza  espaços privilegiados de troca de conhecimentos, mostra de novidades e propostas de vária ordem, nomeadamente económica e tecnológica, e também de encontro, de propostas de várias actividades económicas em busca de novas oportunidades e parcerias.

Foi com especial afecto que nessa altura, no âmbito das funções que então desempenhava no Ministério, tive a oportunidade de propor superiormente a sua inclusão na programação anual de Feiras do Ministério no grupo das feiras/certames Institucionais Temáticos.

A proposta foi aceite e reconhecido o seu interesse, tendo em consideração que os povoamentos de sobreiros e azinheiras, nomeadamente os sistemas com aproveitamento agro-silvo-pastoril, pela sua adaptação às condições edafo-climáticas do sul do país, desempenham uma importante função na conversão do solo, na regularização do ciclo hidrológico e na qualidade da água.

O novo Quadro Comunitário vem reconhecer o interesse do montado como um sistema de produção a privilegiar.

O PRODER (Quadro Comunitário 2007-2013) estabelece cinco fileiras consideradas estratégicas – vinho, azeite, hortícolas e frutícolas, floresta e produtos associados e produtos de qualidade.

A Estratégia Regional proposta para o Alentejo, como não podia deixar de ser, acolhe todas as fileiras estratégicas atrás enunciadas.

Por considerarmos de grande interesse sob todos os aspectos, a Estratégica Regional contempla ainda a pecuária extensiva como fileira de relevante importância para a nossa Região.

Além destas fileiras estratégicas foram ainda identificadas como fileiras temáticas o regadio e outras infraestruturas, a qualificação e formação profissional e as estratégicas locais.

Estas fileiras estão identificadas numa lógica de complementaridade e de alavancagem do desempenho nas fileiras estratégicas.

Cingindo-nos especificamente ao montado, o PRODER é seguramente uma janela de oportunidades para o seu desenvolvimento sustentado, na medida em que é “tocado” directamente pelas fileiras estratégicas da floresta, dos produtos de qualidade e da pecuária extensiva.

A Região dispõe da área florestal relevante, do conhecimento,  dos instrumentos e da vontade política pelo que,  cumpre-nos ter a vontade e o empenho necessários para  dinamizar o sector, encontrando sempre que possível e desejável as parcerias adequadas no sentido de bem aproveitarmos os fundos que vão ser postos à nossa disposição.

As escolhas vão ser selectivas e visarão o desenvolvimento de práticas de natureza empresarial na agricultura e floresta, numa óptica de orientação da produção para o mercado e num quadro de conservação de valores naturais e paisagísticos associados ao espaço rural, em suma, num quadro de sustentabilidade ambiental.

A Feira do Montado é pois, neste momento, como o tem sido no passado, o local privilegiado para iniciarmos uma nova caminhada que, estou seguro será de sucesso para os promotores de investimento e nessa medida para todos nós.

DIRECTOR REGIONAL DE AGRICULTURA E PESCAS DO ALENTEJO
Dr. João Filipe C. Libório

Fonte: http://www.cm-portel.pt/pt/conteudos/publicacoes/revista/director%20regional%20de%20agricultura%20e%20pescas%20do%20alentejo.htm

Ovibeja teve uma exposição temática e interactiva dedicada à Floresta

Para comemorar o Ano Internacional das Florestas, a organização da Ovibeja, que adoptou este como o tema central da feira, apresenta, de 04 a 08 de Maio, uma exposição temática e interactiva dedicada ao sector. Além de dar a conhecer, a exposição procura também sensibilizar para a importância da floresta como prestadora de serviços ambientais, através do sequestro de carbono, do seu contributo para a qualidade do ar, da água e para a preservação da biodiversidade”. Conteúdos multimédia e experiências científicas são alguns dos instrumentos colocados ao dispor do visitante para melhor apreender o valor da floresta para todos. A decorrer no Parque de Feiras e Exposições, a 28.ª edição da Ovibeja é organizada pela Associação de Criadores de Ovinos do Sul (ACOS).

Fonte: http://www.pimpampum.co.uk/veiros/pt-pt/aggregator?page=40

Reis do Montado: Na Serra de Santana, Ourique, a criação de porco preto é a alternativa à desertificação

Segura-o pelas patas traseiras, como se fosse um coelho, e os guinchos ecoam no montado como se se aproximasse o fim do mundo. Jorge Palma Nobre, 32 anos, mostra a vara de leitões da espécie alentejana que depois do verão serão colocados no campo, para engorda. “Este ano consegui 100 porcos acabados”, conta o agricultor, a mais recente geração de uma família que se dedica à criação desta espécie única da Península Ibérica.

A 350 euros por animal, atingidos os 150 quilos obrigatórios para aguçar o apetite dos matadouros espanhóis que os transformam no apreciado – e caro – Pata Negra, este é o melhor negócio em Ourique. “É a atividade pecuária que aqui mais compensa”, assegura Cândido Nobre, 50 anos, Presidente da Associação de Produtores de Porco Alentejano, ele próprio detentor de uma herdade de 1000 hectares onde o ano passado engordou 750 animais. Na última campanha foram abatidos 15 mil portos alentejanos criados a partir das azinheiras de Ourique. Os agricultores fazem rotação, criando ovinos e bovinos na altura em que não há bolotas no campo e as varas são mantidas nos redis.

Nos solos xistosos da Serra de Santana – esqueléticos, sem água nem as vizinhas jazidas de cobre -, a pecuária é a única saída. A Câmara Municipal herdou uma dívida de 22 milhões de euros. O desemprego, sobretudo feminino, atinge 20% da população. Por isso, o trabalho do campo ficou atrativo: “Já sentimos o regresso de muita gente à terra, à procura na agricultura de uma saída para a crise”, garante Pedro Carmo, presidente da autarquia.

A empresa Montaraz, que transforma porco alentejano em enchidos e presuntos, foi o mais significativo investimento para potenciar o setor. A operar desde 2007, exigiu aos produtores e transformadores um desembolso de 1,2 milhões de euros. Hoje, produzem para as grandes superfícies. Na sala de cura dos presuntos, que podem atingir 200 euros por unidade, cerca de 600 peças esperam a sua vez de chegar ao mercado. “É uma carne saudável, sem gorduras polisaturadas”, explica Rui Carapuça, 52 anos, diretor da Montaraz.

Este ano, a autarquia e a associação de produtores candidata-se à organização de um congresso internacional sobre a produção destes suínos – esperam todos que a iniciativa dê o empurrão definitivo ao setor. E agite a economia do montado.

Fonte: http://aeiou.visao.pt/reis-do-montado=f599366